segunda-feira, 23 de maio de 2011

As Tecnologias da Informação e Comunicação


TIC correspondem a todas as tecnologias que interferem e medeiam os processos informacionais e comunicativos dos seres. Ainda, podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem.

Professor – Um transformador em constante transformação



É interessante observar que um dos conceitos de professor é
aquele que professa uma crença, uma religião. Talvez seja por isso que muitos vejam a condição de professor como um sacerdócio, como alguém que age pela fé, como se tivesse uma missão.

Não se pode negar que parte disso é verdade, não se pode negar que o professor deve ser movido pela fé, mas logicamente não pela fé religiosa. Deve ser movido pela crença de que seu papel no mundo é de um agente transformador, mas que também é um ser em constante transformação.

Todo professor sabe que ele se torna cada dia melhor quando nunca deixa de ser aluno, quando está sempre se renovando, estudando, pesquisando. As constantes transformações da vida e do processo histórico exigem que o professor seja um eterno aprendiz.

A modernidade põe diante desse profissional mais um desafio: o advento da informática e as constantes modificações tecnológicas. Isso obriga ao professor não só o domínio sobre seu conteúdo, mas também sobre as inúmeras formas de transmitir essas informações. O desafio se torna ainda mais agudo quando sabemos que nem toda informação transmitida se transforma em conhecimento.

A sociedade atual, como ressaltou Pozzo (2002), vive o paradoxo de que “cada vez se aprende mais e cada vez se fracassa mais na tentativa de aprender”. Diante dessa contradição, o papel de professor se torna ainda mais relevante. É imperioso que o professor, como agente transmissor do conhecimento, não perca o foco de que em seu papel de transformador ele está (ou deve estar) sempre em transformação. As novas tecnologias precisam ser assimiladas como ferramentas que possam minimizar a contradição de que cada vez mais se tem acesso a informações, mas cada vez mais essas informações não se transformam em conhecimento.

QUEM SOU COMO PROFESSOR A APRENDIZ

Ser professor por convicção, ter clareza de seu papel como transmissor de conhecimento ao mesmo tempo em que atua como parte relevante da formação ética de alguém, constitui-se em um grande desafio diário.

Esse desafio ocorre não só no cuidado de estar sempre em constante aprendizado, mas também em ter a clareza de repassar valores com os quais o educando possa ter como referência, em lugar de impor as verdades e convicções do ser humano antes de ser professor.

A modernidade transferiu muita responsabilidade para a escola. Responsabilidade que antes era dividida com outras instituições sociais. Dessa forma, o professor tem que ter muita clareza de sua atuação como profissional para que não termine passando além do conhecimento, valores pessoais.

O professor tem obrigação de dominar o conhecimento de sua área de atuação bem como se manter em constante busca de aprender para estar sempre na vanguarda de seu domínio. Tem a obrigação de sempre se preocupar se a transmissão desse conhecimento está ocorrendo de forma eficaz, e, certamente, procurar sempre se aprimorar para que esse repasse de conhecimento evolua constantemente.

Na busca de se aprimorar em relação ao domínio do conteúdo e na preocupação da eficácia na transmissão do conhecimento, as novas tecnologias não podem e não devem ser ignoradas. São ferramentas extremamente úteis, e o professor deve tê-las como aliadas.

Somado a esses constantes desafios, ainda se faz necessário o cuidado que o professor deve ter em não fazer da sala de aula um palco de suas verdades, suas crenças e convicções. Com o hiato existente hoje na transmissão de valores pela família, a escola se vê diante da situação de ter que encarar seu papel na formação ética de um cidadão crítico que possa não só compreender a realidade, mas principalmente atuar sobre ela.

Cabe ao professor ser o veículo da transmissão desses valores, mas isso deve ser feito de modo que o educando, a partir do que recebe, possa de modo reflexivo assimilar esses valores, mas, principalmente, possa a partir deles, formar sua própria relação de entendimento e interferência sobre a sociedade e a comunidade em que vive.

DIÁRIO DE BORDO

O que é necessário para se fazer uma boa escola?

A resposta poderia ser bem simples: um ambiente que ofereça ao aluno um lugar de aprendizagem e descobertas. Um lugar em que os valores mais nobres da sociedade sejam transmitidos de modo crítico para que o educando possa se tornar um ser atuante e transformador da realidade em que vive. Obviamente que tudo isso com a orientação de profissionais capacitados e comprometidos com as transformações que tragam benefícios.

Mas essa mesma pergunta poderia ser formulada para qualquer instituição social, pois todos sabem o que é preciso para se fazer uma sociedade mais justa, no entanto, por uma questão de temática, ficaremos com a escola.

Se todos sabem o que se deve fazer, por que a escola continua a ser vista como um lugar tedioso? Um espaço que, em vez favorecer a pesquisa, a descoberta, é centro de desânimo, de enfado, de sonolência?

Há muito que se pensar sobre isso: primeiro não é difícil observar que nossas escolas primam pela padronização sem observar as sutis diferenças entre os alunos. Segundo nosso método de ensino continua, mesmo com toda a tecnologia, o da memorização de informações. A nossa forma de ensinar ainda é fortemente caracterizada pela intolerância, pela despersonalização do aluno e, principalmente, como mencionado, pela memorização de informações, sem nenhuma reflexão crítica do que está sendo assimilado. É célebre o índice de repetência ou de alunos que são aprovados sem o domínio devido do conteúdo. Isso ocorre como resposta ao modelo de exclusão que esse sistema cria, fazendo com que o educando perca o interesse pela escola, por não perceber nela o ambiente ideal para suas pesquisas e descobertas.

Por fim, é ingenuidade achar que a sociedade é reflexo da decadência da escola. Há quem pense que a sociedade está decadente porque a escola perdeu o rumo e não consegue mais formar cidadãos suficientemente capazes de conduzir a realidade de forma ética e justa.

Não é a escola que faz a sociedade, o movimento é o contrário: é a sociedade que faz a escola. De fato, a escola está decadente porque a sociedade está decadente. Por isso, mesmo sabendo o que devemos fazer para melhorar todas as instituições sociais, não conseguimos.

O paradoxo de tudo isso é que só poderemos mudar a sociedade através da educação. Mesmo a escola apresentando todas as dificuldades citadas e, essas dificuldades serem consequências de tudo que somos, como seres sociais, não existe outra instituição social que possa gerar transformações que venham trazer reflexos no seio social que não seja a escola. Dessa forma, a escola é um paciente que não tem outra saída se não encontrar a cura para o que lhe aflige e por extensão toda a sociedade.

Será que as novas tecnologias aplicadas nas escolas são o caminho para minimizar esse desafio? Não se pode negar a importância dessas novas tecnologias. É extremamente temerário não condicioná-las ao cotidiano das escolas. A questão não é de tecnologia, é de metodologia. É inútil utilizar recursos tão sofisticados para perpetuar métodos arcaicos de lecionar. Não faz diferença se a transmissão do conhecimento de dá com a lousa ou com um computador se essa transmissão não for transformadora, não for libertadora. Não há diferença se essa transmissão continuar despersonalizando e excluindo o educando do seu papel crítico e atuante como agente catalisador de transformações sociais.

PESQUISA APONTA QUE PROFESSORES SE CONSIDERAM INSEGUROS PARA USAR TECNOLOGIAS



Apesar de boa parte das escolas possuírem laboratório de informática, nem todos os professores se sentem aptos a utilizá-lo. É o que comprova a pesquisa das pedagogas Cacilda Alvarenga e Roberta Azzi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo aponta que 85% dos educadores de ensino médio de escolas públicas estaduais de Campinas (SP) não se sentem confiantes para utilizar tecnologias no ensino.

Desenvolvida em 27 escolas do município entre 2009 e 2010, com 253 educadores de 20 a 69 anos, a tese de doutorado de Cacilda trabalha com a ideia de autoeficácia, formulada pelo professor da Universidade de Stanford, Albert Bandura, sobre a Teoria Social Cognitiva. "O conceito trata da crença do professor na sua capacidade para planejar e executar ações para atingir determinados resultados. Acreditar na sua autoeficácia influi na motivação dos educadores para realizar certas tarefas, como utilizar Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)", explica a tese.

Entre os resultados da pesquisa, Cacilda conclui que professores com menos tempo de formação e de experiência em sala de aula têm uma crença maior de sua autoeficácia no uso de novas tecnologias. A pedagoga também notou que os homens são mais confiantes que as mulheres, e que os professores de disciplinas exatas, como matemática e física, acreditam mais na sua autoeficácia que os de humanas e biológicas. "Isso porque, provavelmente, durante a sua formação, costumam usar mais a computação, como softwares", opina.


Outra questão levantada no estudo é que profissionais com menos idade são mais autoconfiantes quando se trata de TIC, porém não foi um dado tão relevante quanto Cacilda imaginava encontrar. "Às vezes, um professor mais velho tem mais familiaridade com a tecnologia. A partir da minha tese, não dá para generalizar", pondera.

Como justificativa para a insegurança dos entrevistados, fatores como tempo limitado e falta de qualificação aparecem fortemente. "Muitos trabalham nos três turnos, em duas escolas diferentes. Então explicam que não têm tempo para se apropriar dessas tecnologias", afirma Cacilda. Outros também se sentem pouco motivados devido à falta de apoio técnico e pedagógico. "Se ocorre um problema técnico no computador durante a aula, ele não sabe como proceder", diz.


Ainda assim, 76% acredita que as tecnologias favorecem o processo de ensino e aprendizagem. A pesquisadora esclarece que, só porque um educador tem uma autoeficácia baixa hoje, isso não significa que ela não pode ser modificada dali um mês. "Se o professor tiver mais acesso a esses recursos, com cursos de atualização, a crença na autoeficácia pode ser modificada", explica. A partir da visualização de atividades pedagógicas com esses recursos, o professor pode se inspirar para usar ideias parecidas em sala de aula.


A tese também apresentou que professores com computador em casa há mais de três anos demonstraram ser mais autoconfiantes que os outros em relação à TIC, provavelmente porque a experiência direta do uso do computador favorece a exploração dos seus recursos.

Fonte – Dia-a-Dia Educaçã